Memórias do Cárcere (1984)
Em 1936, o escritor Graciliano Ramos (Carlos Vereza), na época, dirigente do ensino em Alagoas e simpatizante comunista do Palácio do Governo, foi preso, após o Getúlio Vargas esmagar a revolta militar da ALN, conhecida como Intentona Comunista. Ramos foi preso, sem haver nenhum processo formal de acusação.
Durante seu período no Cárcere, Ramos presenciou alguns acontecimentos, como a deportação da Olga Benário Prestes, recebia visitas da esposa Heloísa (Glória Pires) e de seu advogado, foi enviado à Colônia Penal da Ilha Grande.
Nesse lugar, ele ficou muito doente devido à uma úlcera, mas continuou a escrever, mesmo sobrevivendo por 10 meses de confinamento, em condições precárias e sofrendo barbaridades, com a ajuda de funcionários e dos prisioneiros, como ladrões e presos políticos, é que seria retratados no livro do escritor.
Memórias do Cárcere foi lançado em 1953, após a morte de Ramos, tendo 4 volumes. O autor não chegou a concluir a obra, faltando o capítulo final. Em 1984, o diretor Nelson Pereira dos Santos aproveitou que sua obra, Vidas Secas, repercutiu (e também foi baseado no livro do Graciliano), e resolveu adaptar Memórias para o cinema.
Com 3 horas de duração, o filme, além de Vereza e Glória, contam no elenco, Tonico Pereira, Nildo Parente, José Dumont e Jofre Soares, além de Silvio de Abreu, Cássia Kis. A trilha sonora tem, como música-tema, a Marcha Solene Brasileira, variação do Hino Nacional, de Louis Moreau Gottschalk para a Orquestra Sinfônica de Berlim, sob regência de Samuel Adler.
O longa foi exibido no Festival de Cannes arrancando aplausos dos quase 3 mil presentes. A obra ganhou o prêmio FIPRESCI da edição. Além de ganhar o prêmio Grand Coral no Festival de Havana, e Troféu APCA de Melhor Filme e Ator.
O filme foi restaurado, sob patrocínio da Petrobrás. Em 2015, o filme entrou na lista da Abraccine dos 100 melhores filmes nacionais de todos os tempos.
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