Krisiun estreia o ano com dois pés no peito
O ano de 2025 começou com o pé na porta e soco na cara, com os shows da banda Krisiun, realizados nos dias 3 e 4 de janeiro, no Sesc Belenzinho. Ao adentrar no recinto, não pude conferir a passagem de som da banda, mas pude ver os membros do fã-clube Krisiun Force, cujos componentes tinha o baterista Igor Nogueira, da banda Faces of Death.
Dia 3 de Janeiro
Chegada a hora dos portões se abrirem, pude ver o público entrar calorosamente. Eram fãs de todas as idades e diversos. Quando soou às 20h30, ouve-se o som mecânico da trilha sonora do filme A Morte Anda à Cavalo, de Ennio Morricone. Deixo um parêntese para falar sobre a importância do maestro italiano, compositor de inúmeras trilhas, especialmente de faroeste Spaghetti, com filmes de Sergio Leone. Não é à toa que bandas, como o Metallica, abrem os shows com as músicas do Morricone.
Quando os irmãos Max, Moysés Kolesne e Alex Camargo sibiram no palco, o vocalista disse a célebre frase: "O Krisiun está aqui". E soltaram o massacre sonoro, com Ravager, que fizeram seu nome marcar, com ferro, a cena brasileira e mundial do Metal.
Sons como Vicious Wrath, Endless Madness Descends, Scourge of the Enthroned, Serpent Messiah e Necromonical mostram que a banda evoluiu muito seu som brutal, com doses de técnica e musicalidade soberba. O público respondia, fazendo seus circle pit, como se estivessem numa guerra civíl.
Ainda falando de músicas, foi com os clássicos que o Krisiun soltou sua fúria, como Conquerous of Armaggedom. Blood of Lions (que virou hit), Descending Abomination, Hatred Inherit, Soul Devourer e, pra fechar a primeira noite, Black Force Domain.
Comentar a performance da banda seria desnecessário. Moyses possui técnica e feeling, como um verdadeiro guitar hero, assim como também dava seus discursos para a plateia. Max é uma escavadeira humana, pois sua habilidade de triturar sua bateria continua beirando à perfeição. Agora, Alex, como sempre, maltratando seu baixo e vociferando como um leão atacando sua presa. E fazendo seus discursos, de forma humilde, agradecendo a galera. E foi nesses discursos que ele disse, que o Krisiun não é banda de modinha de internet. Disse que fazem Death Metal há 30 anos, sem se vender por algo comercial.
Agora é só descansar e se preparar para o segundo dia de aula de brutalidade.
Dia 4 de Janeiro
Novamente, adentro ao Sesc Belenzinho e, dessa vez, conferi a passagem de som do Krisiun. Eles tocaram Vicious Wrath, enquanto as famílias estavam comendo com seus filhos. Realmente, um belo programa familiar.
Chegada a hora dos portões se abrirem, o público compareceu em peso para ver, de perto, a banda. Às 20h30, como sempre, os irmãos Kolesne são recebidos calorosamente. Alex Camargo disse a frase: "O Krisiun está aqui", e mandaram Ravager.
O set é praticamente o mesmo, mas com algumas alterações, com a inclusão de Bloodcraft e, ao invés de Black Force Domain fechar o show, eles terminaram com Hatred Inhert.
Novamente o público gritou o nome, aos pedidos do vocalista, que não economizou nos agradecimentos, que disse que o Krisiun não se vende, que faz Death Metal nacional, sem se render à modinhas de internet.
Moysés é, realmente, um guitar hero, pois sua técnica é soberba. Max só pode ser um cibórgue, pois tritura sua bateria, com tamanha violência.
Entre os presentes, estavam o baixista do Ratos de Porão, Juninho, o guitarrista do Endrah e Worst, César Covero, Laurence Miranda, do Faces of Death, além do lendário Toninho Iron, eterno fã do Sepultura e responsável pela vinda do Krisiun à São Paulo, nos anos 90.
Fazendo um balanço sobre os dois dias, podemos ver que o Krisiun, ainda, continua tinindo no palco. Enquanto as bandas Sepultura e Angra estão encerrando os expedientes, a banda gaúcha é vista como a expoente nacional, pois sabe unir talento, profissionalismo e, acima de tudo, humildade e simpatia com o público, que sempre apoiaram, desde o início.
São mais de 30 anos de trabalho verdadeiro ao Metal Nacional. E, me perdoem às outras bandas, mas Krisiun engole todas. O Krisiun sempre estará aqui, ou em qualquer lugar.
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