Burning House virou o buraco do Satã


Na sexta-feira, dia 12 (não é 13!), São Paulo teve o festival The Town, tendo como atração principal os Backstreet Boys. MAS, os fãs do Metal Extremo não estão nem aí para a boy band. Se reuniram, em pleno Burning House, localizado próximo à estação Água Branca, na Zona Oeste da Capital, para ver as principais bandas do Death Metal mundial: Krisiun e Malevolent Creation, que incluiu os lendários Vulcano e a americana Contortion.

Depois de se lubrificarem com altas doses do líquido etílico, os fãs entraram no recinto e viram a primeira apresentação da noite. Contando com o ex-vocalista do NervoChaos, Brian Stone (guitarra e vocal), a banda, que tem mais Matt Pulver na guitarra e o baterista Jason Engols, o grupo pratica um Thrash/Groove, no melhor estilo Pantera, Machine Head e Lamb of God. A galera respondeu positivamente a banda, que debutou em solo brasileiro. Brian conhece muito bem a cena, já que cantou no NervoChaos, sendo que gravou alguns discos com a banda. Após o show, ele esteve na banca de merchandising, recebendo os fãs e tirando fotos.

Mais uma vez, a lendária banda santista Vulcano abriu os portais do inferno, como diz o vocalista Luiz Carlos Louzada, e transformou o Burning House num purgatório. Vários sons antigos e os mais recentes foram tocados, para a alegria dos fiéis fãs. Zhema continua com sua pegada e talento de sempre, o resto da banda também não compromete. Claro que tocaram os maiores sucessos, como Total Destruição e Guerreiros de Satã, se transformando num baile do capiroto.
Foto: Mazzei (@mazzei.br)

A banda esperada da noite foi marcada por uma ausência sentida, mas necessária. Conforme foi anunciado, o membro fundador do Malevolent Creation, Phil Fasciana, ficou hospitalizado, sendo que quase morreu, e ele se recupera do susto. Com isso, a banda estadunidense cancelou algumas datas em várias partes do Brasil. Mas, aqui em Sampa, eles cumpriram a promessa e se apresentaram, fazendo o massacre se fazer presente.
Foto: Mazzei (@mazzei.br)

Contando na formação, o Baixista e vocalista Jesse Jolly, o guitarrista Chris Cannella e o baterista Ron Parmer, a banda não decepcionou e honrou o legado do Malevolent, tocando clássicos do Death Metal, que só os americanos fazem. Afinal, eles vieram da cena de Bufallo, mas foram radicados na Flórida, onde nasceram Obituary, Cannibal Corpse, Deicide e Morbid Angel. Os fãs responderam os sons, com direito à rodas e circle pits violentos.

Vale destacar que tivemos presenças ilustres na noite, como a banda The Damnation, Faces of Death e Worst, além do Toninho Iron, responsável pela vinda dos irmãos Kolesne para São Paulo, nos anos 90.

Chegada à hora, o som mecânico tocou e Moysés, Max Kolesne e Alex Camargo se adentraram no palco, para a histeria dos presentes. Eis que Alex diz: "O Krisiun Está Aqui". E começaram com Kings of Killing, fazendo o clube virar o inferno na terra, Circle pits se formaram, como se os cadáveres saíssem das suas tumbas.
Foto: Mazzei (@mazzei.br)

Foi aí que resolveram homenagear com sons antigos, já que a banda baseou sua turnê para comemorar os 25 anos do aclamado disco Conquerors of Armageddon, disco que foi unanimidade mundial, numa época em que o Nu-Metal e o Metal Melódico ditavam as regras.
Foto: Mazzei (@mazzei.br)

Mas, também tocaram Scourge of the Enthroned, Blood of Lions (que virou hit!), mas ao tocarem a faixa-título do Conquerors, eles chamaram os cavaleiros do Apocalípse, e clamavam: Kill! Kill! Kill! Lord Jesus Christ!. Um fã resolveu gritar esse chamado, para a histeria geral.

Alex ficou tão emocionado, que, como sempre, falava que o Krisiun só existe por causa dos seus fãs. Que não se vendiam pra m#rd@, que luta pra fazer Death Metal nessa p0rr@. Sem falar que, durante as músicas, o público ficou tão em êxtase, que ninguém saiu ileso, era "pancadaria" sem fim, só pra se ter uma ideia. Foi um festival de empurra-empurra.
Foto: Mazzei (@mazzei.br)

O final veio com Black Force Domain, sendo que mais um fã subiu ao palco e gritou o nome da música. Lógico que, ao final, o baterista do Faces of Death e membro do Krisiun Force, Igor Nogueira, enalteceu o Max Kolesne e a banda toda.

Comentar a performance dos músicos seria covardia. Alex continua afiado, tanto no baixo quanto no vocal. Moysés é um verdadeiro guitar-hero, solando como nunca. Agora, Max, em seu momento solo, ele tritura e explode seu kit, como se fosse metralhadora. Realmente, um fenômeno inexplicável da natureza.

Mais uma noite para entrar na conta. Entre mortos e feridos, todos saíram ilesos. Eu já venho acompanhado o Krisiun desde 2010, na Virada Cultural, e tenho visto a banda a cada ano, sendo que, de 2021 até esse ano, foram sete vezes. E, posso dizer pra vocês. O Krisiun continua afiado, fiel ao seu estilo, mas sempre adicionando elementos ao seu som. O Krisiun é uma das poucas bandas do Metal que NÃO tem disco ruim, apesar de ter discos subestimados, como Ageless Venomous (que foi o primeiro disco que ouvi), o EP Bloodshed e o AssassiNation. Mas, o motivo é que eles já sentem a idade, mas, pra eles, o que importa é o que o fã quer ouvir. E, com certeza absoluta, o Krisiun SEMPRE estará aqui, para desespero dos puristas.

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