Fatos de TV: CNT-GAZETA - Um casamento tumultuado.

Alguns meses atrás, falei sobre a origem e a ascensão da Rede OM, primeira rede de televisão fora do eixo Rio-São Paulo. Após se aliar com a TV Gazeta, a rede foi do auge à queda, após se envolver com o caso PC Farias, e também com a polêmica exibição do filme Galígula (que também foi tema deste blog).

Mas, vamos falar do que mudou da OM-Gazeta. A Família Martinez resolveu reformular a emissora e passou a se chamar CNT (Central Nacional de Televisão). Quem abriu às portas foi o Clodovil Hernandes, em seu programa Noite de Gala, realizado no Teatro Ópera de Arame, em Curitiba.

Ainda tendo como parceira a TV Gazeta, a programação foi dividida entre duas emissoras. Boa parte dos programas da CNT eram exibidos em São Paulo, enquanto os da Gazeta eram exibidos em rede nacional.

O objetivo era disputar o terceiro lugar do Ibope, concorrendo com Record, Band e a extinta Manchete.

Vários programas foram criados e obtiveram sucesso, como Cadeia, o game show Hugo, Tudo por Brinquedo, 190 Urgente (que revelou o repórter do Alborghetti, Carlos Massa, o Ratinho) e Luciano Huck.

Além disso, a CNT-Gazeta fecharam acordo com a Televisa, para exibição de novelas e as esquetes do Chespirito, criador do Chaves, sendo que a emissora mexicana era parceira do SBT, desde o início, nos anos 80.

Mas, o ápice foi com Festa do Mallandro, com suas pegadinhas (polêmicas, diga-se de passagem!), que, pela primeira vez na história da emissora, bateu a Rede Globo, em 1999.

Em 1995, os Martinez vendem quase metade das ações da CNT para o banco Banmerindus. Um ano depois, esse mesmo banco faliu por má administração e problemas financeiros. José Carlos Martinez reassume o controle acionario, mas atrasa os salários dos funcionários, causando protestos.

No final dos anos 90, mesmo com relativo sucesso em sua programação, as duas emissoras viviam num pé de guerra. O motivo era a expansão da Gazeta no interior de São Paulo, enquanto a Rede paranaense queria ter um canal Paulista próprio.

Até que, no dia 30 de junho de 2000, a parceria CNT-Gazeta chega ao fim. A emissora Paulista planeja virar rede nacional. Já a CNT tentou utilizar o canal 14 UHF, sem sucesso.

A única alternativa foi usar, de forma precária, o canal 26 UHF, já que o canal 14 interferia o sinal da TV Diário, afiliada da Globo.

Em 2003, José Carlos Martinez morre em um acidente aéreo. Seu funeral foi transmitido na CNT. Seu irmão, Flávio, assume a presidência da CNT, cargo que ocupa até hoje.

Em 2006, a CNT fecha parceria com o Jornal do Brasil, para arrendar a programação da JBTV (veja sobre esse canal neste blog), porém, por motivos mal administrados e pelo baixo ibope, a parceria é rompida, um ano depois.

De lá pra cá, a Rede teve alguns progressos na programação, mesmo com dificuldades. Até que, em 2014, a Rede exibe apenas DUAS horas de programação própria, enquanto arrenda TODOS os horários para a Igreja Universal, até hoje, tornando-se uma rede Fantasma.

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