Fatos de TV: Documento Especial - houve um tempo em que a imprensa era livre
Criado pelo jornalista e diretor Nelson Hoineff, e apresentado pelo ator Roberto Maya, o programa tem, como subtítulo, Televisão Verdade. O intuito era mostrar a verdade, sem baixar o nível, com reportagens, tanto investigativas quanto polêmicas. No melhor estilo underground de se fazer notícias.
Foi exibido, no período entre 1989 até 1998, nas emissoras Manchete, SBT e Bandeirantes. Mas, a mais marcante foi a da emissora dos Bloch.
E reportagens não faltam: Os Pobres vão à Praia (com depoimentos preconceituosos e imagem de uma pessoa morta), Vida de Gordo (que rendeu ibope), Igreja Universal (foi a pioneira ao denunciar as falcatruas dos bispos), Ufologia, Muito Feminina (sobre homossexualidade feminina), O Suicídio da tribo Kaiowas, entre outras.
Claro que o programa sempre alertava a pessoas sensíveis e crianças a não assistirem cenas fortes.
O contrato com a Manchete terminou em 1991, e Nelson e Roberto foram ao SBT fazer o Documento Especial, enquanto a Manchete criava Manchete Especial: Documento Verdade.
No canal do Silvio Santos, o programa seguiu o formato, mas de forma leve. Porém, teve uma matéria A Cultura do Ódio (que rendeu um processo por fazer apologia ao nazismo, por apresentar depoimentos de supostos neonazistas).
Hoineff briga com o SBT em 1995 por ser censurado.Entre uma das matérias que iriam ser exibidas, como O País da Impunidade, só foi exibido 15 anos depois no Canal Brasil.
O programa foi pra Bandeirantes em 1997, durante 10 meses, sem muito brilho. A equipe do programa teve André Rohde, hoje na RecordTV, e Guilherme Fiúza, autora do livro Meu Nome Não é Johnny.
Desde 2007, o Canal Brasil exibe os melhores episódios do DE, de todas as três emissoras. No ano 2000, o Hermes e Rebato satirizou o programa como Documento Tró-ló-ló. Outro humorístico que também satirizou-o foi o Casseta e Planeta Urgente. A Rede TV! estreou, em 2015, o Documento Verdade, sob o comando do Augusto Xavier.
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