Fatos de TV: Gazeta, a mais paulistana das emissoras

Vamos falar da emissora de televisão mais paulistana da TV Brasileira: a TV Gazeta. Deixo claro que não vou citar o atual momento que a emissora vive, sendo que sua programação foi locada por programas evangélicos. O que vale é a história em si.

Mas, vamos falar do mentor: o jornalista Cásper Líbero. Aos 29 anos, ele assumiu, em 1918, o jornal A Gazeta, virando um fenômeno dos órgãos de imprensa da época. Por ser um apaixonado por esportes, ele idealizou A Gazeta Esportiva, que era um suplemento, virando depois um dos jornais mais importantes de esportes da América Latina. 

Cásper Líbero foi um dos líderes da Revolução de 32, e este ato foi tão importante, que o mesmo fora enterrado no Obelisco do Ibirapuera, junto com os 4 mortos do Dia 23 de Maio (MMDC).

Outro feito do jornalista foi a criação da Corrida de São Silvestre, que ocorre todo dia 31 de dezembro. Em 1943 ele investiu no rádio, ao adquirir a Rádio Educadora Paulista (atual Gazeta AM), que era pioneira em São Paulo, por ter uma programação dedicada à música.

Porém, em 1943, Cásper viajava no avião da VASP, quando se chocou contra a torre da Escola Naval, próximo à Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Cásper Líbero foi uma das vítimas fatais, junto com o cardeal arcebispo de SP Dom José Gaspar. Antes de sua morte, ele deixou um testamento, transferindo seus bens para a criação de uma fundação, cujos fins seria utilizar para formar profissionais da comunicação. Com isso, foi criado a Fundação Cásper Líbero, criando a Faculdade Cásper Líbero.

A futura TV Gazeta foi um dos planos dessa fundação. Em 1952, por decreto do Getúlio Vargas, o canal 2 foi concedido à fundação. Devido à demora de inauguração por questões técnicas, a instituição perdeu o direito ao canal, passado ao Assis Chateaubriand, criando a TV Cultura (veja sobre a emissora nos posts anteriores), e foi dado o canal 11. Em 1961, o último ato do Juscelino Kubitschek foi tirar da fundação o canal e passar à Tav Continental. Um dia depois, com a posse de Jânio Quadros, a fundação pressionou-o e o canal 11 voltou em suas mãos.

Somente no dia 25 de janeiro de 1970, no 416º aniversário da cidade de São Paulo, que a TV Gazeta foi inaugurada. Foi a primeira emissora a trabalhar com equipamento Chroma key e implantou no Brasil a câmera lenta. 

A TV Gazeta sonhava em se tornar rede nacional, assim como a Bandeirantes, já que as redes Tupi e a REI estavam decadentes. Ela tentou o canal 11 do Rio de Janeiro, mas perdeu para o Silvio Santos. A emissora chegou a transmitir para a Região Norte do país, mas as afiliadas se uniram com a Bandeirantes.

Com isso, na época em que a transmissão à cores era uma novidade, a Gazeta entrou nessa jogada. O governo brasileiro designou a equipe da Gazeta para esse feito, durante a festa da OTI, em Buenos Aires.

Seu auge foi nos anos 80, quando foi criado o programa Mulheres, antes apresentado por Clarisse Amaral e Ione Borges, mais tarde, Claudete Troiano entrou no lugar de Clarisse. Sendo assim, Claudete e Ione foram as Parceirinhas durante 15 anos no comando do programa.

Vários apresentadores trabalharam na emissora, como Amaury Jr. Faustão, Serginho Groisman, Emílio Surita, Astrid Fontenelle. Era a época da TV Mix,  parceria da Gazeta com a Abril Vídeo, um prenúncio do que seria, anos depois, a MTV Brasil. 

Seu maior sucesso foi quando se juntou com a Rede OM, numa parceria de programação, para, mais tarde, se tornar a CNT-Gazeta (tanto as histórias da OM quanto da CNT estão nos posts anteriores). O desfalque da emissora foi a perda do canal 11 de Santos.

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