Fatos de TV - Brida: a bomba-relógio da Manchete
A emissora dos Bloch tiveram novelas de grande sucesso, como Dona Beija, Kananga do Japão, Xica da Silva e, o maior sucesso nacional de todos, Pantanal. Todas essas novelas eram bem produzidas, sendo que o ponto principal foi a ousadia, pois tinham que colocar cenas de nudez, sem o menor pudor.
Porém, tem aquelas novelas que a Manchete prefere esquecer, como a Amazônia, e Brida. A Amazônia foi uma produção confusa e mal investida, pois o canal gastou todo o caixa entregou uma produção sem pé nem cabeça. Foi o início da crise, no qual Adolpho Bloch teve que vender parte da Rede para a IBF. Como o comprador não cumpriu, Bloch retomou o controle. Até que, em 1995, Adolpho morre e Jaquito, seu sobrinho, assume as empresas.
Vamos falar sobre Brida. Em 1998, a Manchete ficou com o c# na mão e resolveu arriscar e investir na programação. Uma das tentativas foi a produção da novela Brida, baseada no livro do Paulo Coelho, e direção de Walter Avancini.
Composta por elenco, na maior parte vindos da Globo, a novela custou R$ 45 mil em cada um dos 180 capítulos previstos. Tiveram até que viajar para a Irlanda para gravar as cenas, inclusive em um castelo medieval.
A Manchete assinou um acordo com os patrocinadores, exigindo que a audiência ficasse com 10 pontos. O máximo que conseguiram foi com 2 (!) pontos, equivalente à 160 mil espectadores na cidade de São Paulo.
Vários fatores foram o suficiente para o fracasso de Brida. A Copa do Mundo na França, as Eleições de 1998, e as dívidas trabalhistas causaram o impacto fulminante na produção. Em 23 de outubro de 1998, foi ao ar o último capítulo, nº 54, em que, por causa da greve dos funcionários e atores, o final teve que ser narrado pelo locutor da emissora Eloy DeCarlo.
Infelizmente, até hoje, vários funcionários da extinta Manchete não receberam seus direitos. Somente a atriz Carolina Kasting, a protagonista da Brida, recebeu a indenização, por determinação da Justiça.
Comentários
Postar um comentário