Sepultura celebra a vida e encerra a carreira em grande estilo.


O dia 7 de setembro, mesmo num sábado ensolarado, estava todo dedicado à cultura. Pois foi realizada a Bienal Internacional do Livro, e uma visita gratuita ao Museu do Ipiranga. Mas, para os headbangers, foi realizado o segundo show do Sepultura, em São Paulo, no Espaço Unimed. 

Ao mesmo tempo, na Barra Funda, estavam realizando um show dedicado à Música Brasileira, com direito à shows da Sandra Sá e Os Paralamas do Sucesso.

Assim como foi o primeiro show, o segundo dia foi sold out, e a noite prometia. Com o público entrando no recinto, foi a vez da imprensa fazer a sua parte. A banca de merchandising estava repleto de camisetas do Sepultura, porém com os preços bem salgados.
Foto: Paula Cavalcante 

Chegada a hora da abertura, a banda Cultura Três inicia os trabalhos. Formada pelos irmãos Alejandro Londoño Montoya (guitarra e vocal) e Juan De Ferrari Montoya (guitarra), mais o Paulo Xisto Junior (baixo), a banda contou com o baterista Henrique Pucci (Notturnal), no lugar do Jerry Vergara Cevallos.

A banda estava divulgando seu disco de estreia Camino de Brujos, e solta todos os cachorros com seu som calcado num Metal alternativo.

Os irmãos guitarristas dividiam seus solos e riffs com maestria, sem falar da técnica apurada do Pucci. Já Paulo Jr., dispensa apresentações. Alejandro fazia discursos calorosos pra plateia, e fica emocionado em abrir para o Sepultura, rasgando elogios. E ele disse que veio de um país dividido (ele e seu irmão São venezuelanos), e deseja que o Brasil seja Unido. A banda, no final, foi ovacionada.

Ao passar do tempo, o público aumentava e se espremia. Só pra se ter uma ideia, mesmo com os dias esgotados, ninguém se incomodou. Afinal, era um desejo para quem nunca viu o Sepultura ao vivo.

Quando as luzes se apagaram, sotaram vídeos do Novato, do Lado Direito do Palco, mostrando a banca de merchands da banda. Sem falar do vídeo do camarim com a banda se apresentando. Aí tocaram War Pigs, do Black Sabbath.

Foi então que veio o som mecânico das introduções, até que o Sepultura entrou no palco, e já iniciou o massacre com Refuse/Resist, Territory e Slave New World. Aí ninguém queria saber se querem respirar. Era paulada na fuça. Depois da trinca inicial do Chaos A.D., eles soltaram três sons do Roots, a Dusted, Attutude e Cut-Throat.
Foto: Paula Cavalcante 

Depois, tocaram Phantom Self, do Machine Messiah, pra depois vir com Means To An End, do Quadra, False, do Dante XXI, Sepultnation, Choke, do Against. Ou seja, a fase Derrick foi dissecada.

Derrick estava radiante, falando seu português americanizado, mas sempre simpático. Andreas Kisser também ficou emocionado por ver tanta gente espremida, só pra os shows daqui. Paulo Junior fez sua jornada dupla, sendo no Sepultura e no Cultura Três. Agora, o Greysson Nekrutman, realmente não fez nos sentir falta do Eloy Casagrande. O moleque é uma fera na bateria, a cada música ele solta toda sua Fúria.

O momento mais icônico foi a execução da Kaiowas, pra no final, os participantes entrarem na dança, como o guitarrista Márcio Sanches, Supla, Henrique Pucci, os irmãos Montoya do Cultura Três e Yohan Kisser. Outro momento foi a Agony of Defeat e Guardiãs of Earth, do Quadra. Realmente, o último disco foi aclamado pela plateia.

E chegou a hora dos clássicos, como Biotech is Godzilla, Dead Embryonic Cells, Escape to The Void, Troops of Doom, Arise e Innerself. Ao tocarem, a pista virou uma praça de guerra, com todos correndo e se engalfinhando. Sem falar que Orgasmatron, do Motörhead virou até música própria da banda.

Após a salada clássica, era a hora do encore, com Ratamahatta e a obrigatória Roots Bloody Roots. Com um show desses, ninguém vai esquecer desse momento histórico.

Como diz o nome da turnê de despedida, Celebrating Life Through Death (Celebrando a vida através da Morte), a gente tem que aproveitar nossos momentos, enquanto estamos vivos. O Sepultura aproveitou seus 40 anos, viajou para o mundo todo, representando o Brasil, fazendo história do Metal Brazuka, e agora encerra, em grande estilo, sua trajetória.

Obrigado Sepultura!

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