Fatos de TV - A TV Cultura, nos tempos do Chatô
Em 1958, o grupo Diários Associados, do Assis Chateaubriand, conseguiu a concessão do canal 2 de São Paulo, para fundar a TV Cultura, cujo mascote era uma indiazinha (fazendo jus a outra emissora do grupo, a pioneira TV Tupi). E o slogan era "um verdadeiro presente de cultura para o povo" e o símbolo era C2 Cultura. Para evitar interferência, a Tupi mudou seu canal, que era 3, para 4 VHF.
A sede ficava no Prédio Guilherme Guinle, na rua sete de Abril, no centro da capital Paulista, sendo o mesmo em que a Tupi iniciou suas transmissões.
Mas, quem pensa que a Cultura fazia jus ao nome da emissora, se enganou. Ney Gonçalves Dias, Xênia Bier e Jacinto Figueira Jr. trabalharam na emissora, sendo que o último apresentou O Homem do Sapato Branco, com seu apelo popular (já falei sobre ele em posts anteriores, basta conferir!).
Em 1963, o Diários Associados firmou parceria com o Governo de São Paulo e órgãos educacionais, para produzir, financiar e transmitir dez horas de programação educativa.
Em 1965, um curto-circuito no 15º andar do prédio provocou um incêndio, onde ficava o estúdio da TV Cultura. Pouca coisa se salvou, mas a primeira câmera de TV do Brasil, que era da Tupi, não teve nenhuma chance de recuperação.
Devido ao incêndio, algumas produções foram transferidas ao Sumaré, no estúdio da Tupi. Em 1966, a nova sede foi mudada para Água Branca. Com essa mudança, as dívidas foram aumentando, fazendo com que Chatô vendesse a Rádio e TV Cultura, para uma Fundação, criada para a manutenção e controle das emissoras.
O governador de SP daquela época, Abreu Sodré, decidiu fundar, com profissionais da educação, faculdades, órgãos públicos e privados, com setenta centavos de cada Paulista, a Fundação Padre Anchieta.
Ao adquirir a Rádio e TV, a Fundação transforma a Cultura na segunda emissora pública de Brasil a ser inaugurada, como conhecemos atualmente, desde o dia 15 de junho de 1969. Mas, isso é outra história.
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