Missa negra em dia de Páscoa

Dia 31 de março de 2024. Essa data é bem familiar, certo? Para alguns leigos, "comemora" os 60 anos em que os militares tomaram o poder brasileiro, após a deposição do presidente João Goulart. 60 anos depois, eis que essa data coincide com a Páscoa, em plena capital bandeirante.

E foi em Pinheiros, no City Lights, que a banda Brujeria anunciou a sua apresentação. Realmente, em pouco tempo, o público permaneceu em peso, sem falar de presenças ilustres, como o João Gordo e sua família.

Ao entrar no recinto, percebemos que o ambiente é um reduto Punk, bem parecido com o Hangar 110, da Zona Norte da cidade. Parecia que a casa não suportaria tanta gente, mas, para a nossa surpresa, não aconteceu nada.

Chegada a hora do show, com um leve atraso, Juan Brujo e seus capangas, abriram as portas do inferno, para a missa negra que seria realizado. Mas, a mais aguardada visita foi o Pinche Peach, para a euforia da plateia.

Sons como Colas de Rata, Hechando Chingasos, Cruza La Frontera, Vatan Sin Miedo, Pito Wilson, Revolucion, La Ley Del Plomo transformaram a casa num cenário de encostos, com rodas e circle pits violentos, no melhor sentido.

Pinche Peach fez a pergunta pra plateia: "Quanto quieres?". A plateia respondeu: "1000 pesos. Pra todos. No, pra cada uno! Vinche coyote ladrón, hay quiere o quiera guey". É com esse diálogo que o hit La Migra foi executado. Não é à toa que foi veiculado no lendário Garganta & Torcicolo, apresentado por João Gordo, na extinta MTV, diversas vezes.

O fim estava próximo. Até que o melhor veio, quando a banda perguntou quem gosta de marijuana, até que ofereceram maconha pra banda fumar. Foi a deixa para Consejos Narcos. E o Brujeria terminou com Juan Brujo e El Sangrón segurando os facões, para o massacre chamado Matando Gueros.

É lógico que a plateia fez a festa quando subiram no palco, ao som de Marijuana, em ritmo de Macarena (até esse repórter também veio pra festa!).

Realmente, saímos do City Lights com a alma lavada. La garantia soy yo.