Vulcano - Tales From The Black Book

O Vulcano é, sem sombra de dúvida, o pioneiro do Metal Extremo do Metal Brazuka, numa época em que a cena estava surgindo com inúmeras bandas, formadas por moleques sedentos por som pauleira.

Mas, o que pouca gente sabe é que a banda, liderada por Zhema Rodero, não é de Santos. Mas na cidade de Osasco, só depois foi radicada na Baixada Santista.

Zhema e seus companheiros lançaram discos icônicos, até 1990, quando passou suas atividades. Durante a hibernação, enfrentou a dura perda do guitarrista Soto Jr., em 2001.

Ao perceber que o nome Vulcano era conhecido na Europa (principalmente nos países escandinavos), é que Zhema resolveu acordar a sua banda e retornar, com pompa e circunstância, para o reino infernal.

Produziu, em 2004, o disco Tales From The Black Book, com aquela coisa orgânica e bem crua, remetendo aos bons tempos. Como baixista e letrista, ele chamou o vocalista Angel, o baterista Arthur Von Barbarian, e os guitarristas André e Passamani.

A capa foi obra do Wanderley Perna, da banda Genocídio, que fez uma arte totalmente fantasmagórica. Das 16 músicas, apenas duas, Guerreiros de Satã e Total Destruição, tiveram a bateria gravada por Laudir Piloni, antigo companheiro do Zhema, que gravou o primeiro disco, Live!, de 1985, sendo que essas músicas citadas faziam parte desse registro.

Destaque é o que não falta nesse, que é (na minha opinião) o melhor retorno da história do Metal. Até mesmo o Ferniz, do Darkthrone, reconhece, pois ele considera a honraria que eu citei. Todas as faixas são hinos do Apocalipse, de tão sangrentas e cruas, para delírio dos fiéis fãs do Vulcano.

Com certeza, a banda ainda vai espalhar o caos infernal, na cara dos hipócritas religiosos. Pois os Portões do Inferno sempre vão estar abertos.