Fatos de TV: MTV Brasil - a única que teve vergonha na cara
Como esse blog dedica à música e a TV, nada melhor do que fazer mais um capítulo para Fatos de TV, falando sobre a Emissora que mais contribuiu para a música e ao público jovem, e que marcou época e gerações: MTV Brasil.
Criado e fundado, em 20 de outubro de 1990, pelo Grupo Abril e a MTV Networks, foi a terceira versão da MTV no mundo, e a primeira em TV aberta. No Rio de Janeiro, a TV Corcovado se afiliou a emissora, porém, de forma precária.
Eu poderia falar de TODOS os programas que foram criados pro canal. Mas, como eu falo de Som pesado, vou falar dos mais importantes: Fúria Metal, Total Massacration, Riff, Gordo A Gô Gô, Garganta & Torcicólo, Gordo Pop Show, Gordo On Ice, Piores Clipes do Mundo, Gordo Freak Show, Fundão MTV, Gordoshop... Será que faltou algum? Ah, sim! O melhor programa de humor de todos os tempos: Hermes & Renato.
A MTV contribuiu, para o bem e para o mal, para a divulgação de clipes nacionais e internacionais. Tanto é que a direção artística contratou pessoas para serem VJs. Inclusive, fizeram escola e se tornaram profissionais de TV, hoje em dia (uma lista interminável de gente que passou!).
O canal investiu nos famosos Acústicos, com artistas fazendo versões intimistas, lançando discos com vendagens absurdas. Titãs, Cássia Eller, Ira, Kid Abelha, Legião Urbana, entre outros são os mais famosos. Ate Roberto Carlos entrou nessa. Porém, a Globo (sempre ela!) proibiu, como pode, de veicular o Acústico, por causa da imagem do cantor.
Premiações, como o VMB viraram mania em todo o Brasil. Um dos momentos mais icônicos é o esporro do Caetano Veloso, que viralizou em tudo o que é lugar. Mas, também teve momentos constrangedores, como a premiação do Restart, em 2010, em que ganharam tudo, para a ira da plateia.
A MTV também marcou por sua polêmica, envolvendo João Gordo e Dado Dorabella, quando os dois brigaram no programa do Gordo, em 2004.
Campanhas institucionais, como a prevenção da AIDS, drogas, violência, entre outras, também foram destaque. Mas, a que mais marcou foi a mensagem: "Desliga a TV e vai ler um livro".
Em 2009, com as contas no vermelho, a matriz americana saiu do comando da emissora e a Abril teve que assumir a bronca. Mesmo com a programação dedicada ao humor, as coisas não andavam bem. Marcelo Adnet fez uma paródia ironizando o fim da MTV. Não era ironia.
A matriz americana queria a marca da emissora brasileira de volta, e o Grupo Abril teve que se reestruturar, alegando que não quer mais investir em televisão. Em 2013, com o fim à vista, vários ex-VJs fizeram uma tímida comemoração. Lembro do último programa do Gordo, o Cagando na Saída. Bem que poderia ser veiculado em qualquer canal, mas...
Astrid Fontenelle, que abriu as portas da MTV, em 1990, foi a escolhida a apagar a luz, no dia 30 de setembro de 2013.
Epílogo: a atual MTV, que virou canal a cabo, não faz NEM sombra do que foi a VERDADEIRA MTV Brasil. Virou um canal dedicado à aberrações, como De Férias com o Ex e enlatados, vindos da matriz de lá.
O acervo da antiga MTV, que virou item mais disputado do que prêmio de BBB, foi arrematado e mais de 40 mil fitas serão digitalizadas. Se serão exibidas em algum lugar? Fica a pergunta no ar.
O prédio, que foi sede da Tupi e SBT, hoje virou patrimônio histórico da capital. Foi também sede da também extinta Loading. Atualmente funciona como estúdio da ESPN.
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