Psychotic Eyes: O caos, o medo, a violência urbana e a decadência

O cenário metálico brasileiro possui uma quantidade de bandas de diferentes segmentos (seja Thrash, Death, Black, Melódico, Grindcore, Crust, Punk, Crossover, entre outros), porém, a maioria delas carece de qualidade tanto sonora quanto visual. Ou seja, o trabalho de estúdio é ótimo, mas nas apresentações, a qualidade deixa a desejar, pois reproduzi-las é algo impossível. Ou vice-versa. Por isso que poucas bandas nacionais buscam apresentar um material de qualidade, seja no estúdio ou ao vivo. É o caso da banda paulistana Psychotic Eyes.

Formada em 1999, a banda atravessou por várias mudanças de formação, mas se manteve firme e forte, com Dimitri Brandi de Abreu (vocal e guitarra), Douglas Gatuso (baixo) e Alexanndre Tamarossi (bateria).

Antes de se firmar, Dimitri e Alexandre gravaram o segundo disco I Only Smile Behind the Mask, com o auxílio do baixista Rodrigo Nunes (ex-Eminence, Drowned), com o auxílio do produtor e guitarrista do Kataklysm, J.F. Dagenais,via Skype.

São sete faixas bem compostas, uma mistura de Death (dos últimos discos), Arch Enemy e Carcass (há uma semelhança do vocal do Dimitri com o do Jeff Walker).

Os temas abordados no disco são o caos, o medo, a violência urbana e a decadência da humanidade. Dying Grief fala sobre a perda do pai de Dimitri, além da repulsa sobre a própria aparência.

Life é sobre a separação e divórcio. Welcome Fatality conta a história de um assaltante que destruiu a própria vida após participar de um latrocínio. Vale destacar os versos em português.

The Humachine é inspirada no livro O Diabólico Cérebro Eletrônico, de David Gerrold, cujo tema era abordar a convivência do ser humano perante a um mundo dominado por máquinas. A banda convidou o especialista em pós-humanidade, Edgar Franco, para participar na concepção da faixa.

Throwing Into Chaos aborda a sobrevivência ao caos, cuja letra foi escrita por Adriano Villa, criador do renomado projeto Hamlet. Mas o destaque do disco (na minha opinião!) é a faixa The Girl, que é nada mais do que a versão de Geni e o Zepelim, do Chico Buarque. Segundo Dimitri, é uma desconstrução da música, com uma história bem Heavy Metal.

I Only Smile Behind The Mask foi lançada em formato virtual, por opção comercial e artística da banda, já que foram "vítimas" de pirataria por um site russo, que disponibilizou o primeiro disco, sem autorização. Portanto, no site da banda, o fã pode escolher como quer baixar o disco todo, seja pagando ou não.

Mesmo com esse artifício, o Psychotic Eyes almeja status de inovadora, desafiando o sistema fonográfico. Mas o que mais importa é o som que produz, pois a arte, como um todo, tem que ser apreciada. Seja qual for o preço.

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