The Big 4: Live from Sofia, Bulgaria


O que era impossível, para a maioria dos mortais, concretizou-se quando, em 2009, foi oficializado que as quatro principais bandas de Thrash Metal reuniriam suas forças e fizessem a maior turnê que se tem notícia. Embora os fãs tenham se questionado o que iria acontecer se Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax encontrassem e causassem alguma confusão, nada mais foi impedido e, em 2010, o mercado do Metal movimentou-se e, finalmente, o BIG 4 virou realidade.

O que iria acontecer se as bandas se reunissem? Será que as picuinhas entre eles acabaram? Pois saibam que as bandas tiveram rixas uma entre a outra. a principal delas é a briga entre Dave Mustaine e o Metallica (quem acompanhou sabe do que estou falando!). Outra banda desafeta do líder do Megadeth foi o Slayer (Kerry King tocou no Megadeth no início da carreira).

A expectativa para a realização desse evento era enorme, apesar das polêmicas sobre a não inclusão de outras bandas do Thrash Metal, como Exodus, Testament e/ou Overkill (compartilho na mesma opinião!). Mesmo assim, o dia 22 de junho de 2010 prometia em Sofia (Bulgária).

Antecipando o lançamento, foi exibido nos cinemas de todo o globo (Brasil incluso) um resumo da apresentação, realizado nesse data e local mencionado. E no DVD, tem mais de 5 horas, em som digital e imagem de cinema, tudo o que ocorreu no Sonisphere Festival.

O primeiro disco é o que seria o Clash Of Titans 2010: Anthrax, Megadeth e Slayer, com uma hora cada. A primeira sobe ao palco com a formação quase clássica: Scott Ian (g/bv) e Rob Caggiano (g), Frank Bello (bx/bv), Charlie Benante (bt) e Joey Belladonna (v). A expectativa era alta, pois o vocalista voltou após uma série de polêmicas que custavam o futuro do Anthrax.

Foi só soar os acordes de Caught In A Mosh que o público foi à loucura. Comentar a performance dos músicos é desnecessário, mas Charlie mostrou-se preciso e técnico como sempre. Frank é um alucinado no palco. Scott é uma figura com seu cavanhaque grisalho, mas continua furioso com sua rifferama. Belladonna parece mais o Roberto Carlos saindo do manicômio. Aproveitando o momento, durante a Indians, eles homenageiam Ronnie James Dio (falecido naquele mesmo ano) com um trecho de Heaven And Hell.

Quando o Megadeth entrou em cena, uma chuva forte lavou a alma dos headbangers. Contando com o parceiro David Ellefson (bx) de volta, Mustaine e cia despejam seus riffs com Holy Wars. Baseando nos vinte anos de Rust In Peace, o Megadeth deu continuidade com Hangar 18 e, a partir daí, foi só um desfile de clássicos (a então nova Headcrusher merece destaque).

Shawn Drover parece um relógio suíço, pois sua pegada merece destaque. Já Chris Broderick não deve nada à Marty Friedman (sem falar que ele se parece com Pepeu Gomes!). Ao tocarem Symphony Of Destruction, o público gritou o nome da banda inúmeras vezes.

Quando a fumaça vermelha se espalhou, a banda mais maldita da história surge do inferno para maltratar os mais cálidos mortais. O Slayer provou que não mostrou piedade e, mesmo sem se mexer devido à uma cirurgia na coluna, Tom Araya (v/bx) segurou o público na mão com seu carisma e classe de sempre, trajando a camisa da seleção chilena.

Kerry King e Jeff Hanneman (g) possuem a mesma ligação quando tocam suas notas. Agora, uma coisa tenho certeza: Dave Lombardo (bt) só pode ser de outra encarnação. Sua técnica apurada e presença de palco é um caso para os irmãos Winchester, do Sobrenatural.

O segundo disco mereceria um capítulo à parte. Quando as cenas de O Bom, O Mau e O Feio entrou no ar, com o som de The Ectasy Of Gold, a plateia fez coro para Lars Ulrich (bt) subir no seu kit e executar Creeping Death para a alegria dos presentes.

Não tem jeito, o Metallica tomou conta de todo o palco, com direito a vários microfones instalados em suas rampas, para que James Hetfield (v/g) possa cantar em toda parte. E, em se tratando de voz, presença de palco e uma habilidade ímpar de tocar sua guitarra, ele é nota 1000. Outro que também possui uma interação com o público é o baixista Rob Trujillo (bx), remetendo aos tempos em que tocava no Suicidal Tendencies e Infectious Grooves. O palco virou uma pista de fogo, ao som de One, com direito a chuvas de fogos de artifício.

Mas o melhor estava por vir, quando Hetfield chamou todas as bandas (Só o Lombardo participou) para homenagearem Diamond Head, ao som de Am I Evil?, emocionando até mesmo o mais radical fã. Isso, sim, foi uma noite para entrar na história do Metal.

O bônus do segundo disco contém um documentário sobre os bastidores da apresentação, além dos diálogos entre os integrantes, o encontro com os fãs, a montagem e o local da apresentação.

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