O Poderoso Chefão - Parte 3
Encerrando a saga de O Poderoso Chefão, o estúdio Paramount queria botar um desfecho ainda mais dramático. Desde que assumiu o taco do primeiro longa, Francis Ford Coppola foi visto com desconfiança, mas, com suas ideias, se consagrou e a Paramount deu a ele carta branca para filmar as sequencias.
Depois de filmar as duas partes de O Poderoso Chefão e Apocalypse Now, Coppola enfrentou sucessivos fracassos de bilheteria e a falência de seu estúdio Zoetrope. Quase 20 anos depois, o estúdio lhe ofereceu US$ 6 milhões e liberdade total de criação, inclusive escalar sua filha Sofia para um dos papéis principais, seu pai Carmine para compor a trilha sonora e seu sobrinho Nicholas Cage para a produção.
O filme se passa em 1979, em Nova York, quando Michael Corleone (Al Pacino) é condecorado por ordem do Vaticano. Como em todas as películas, o início é introduzido por festas. O patriarca tenta legalizar os negócios da família ao se associar a uma empresa ligada à igreja católica. Enquanto seu sobrinho Vincent Mancini (Andy Garcia) pede para trabalhar, mesmo enfrentando os inimigos, como Joe Zaza (Joe Mantegna); numa das cenas antológicas, Vincent morde a orelha de Joe. Nas palavras de Garcia: "Fiquei tão entusiasmado que arranquei até um pedaço do cabelo".
Todos esses tropeços são compensados pela meia hora final, na ópera, quando adquira ares de tragédia. O filme se tornou uma reflexão de Michael. No primeiro filme, ele era a ovelha negra da família que, mais tarde, assumiria os negócios dados por Don Vito. Agora o terceiro, Michael busca redenção por seus pecados.
Logo após a estreia, O Poderoso Chefão 3 deu inúmeras dores-de-cabeça à Coppola. A crítica não perdoou a atuação (fraquíssima) de Sofia Coppola, e o filme estourou no orçamento (em torno de US$ 55 milhões).
Algumas curiosidades merecem ser mencionadas: antes de escalar Sofia, Winona Ryder foi cogitada para o papel de Mary, mas desistiu. Se no primeiro longa a Paramount teve de aceitar Al Pacino, o mesmo estúdio sugeriu Andy Garcia, apesar dos protestos do diretor. Palavras de Andy: "Acho que Francis não sabia quem eu era".
Mesmo com todos os problemas que enfrentou, Coppola se mostrou realizado. "Quando reunimos todo mundo para a terceira parte, teve um sabor especial. Éramos uma família". E defendeu a atuação da filha: "Por que não colocar minha filha no filme? Assim terei uma lembrança".
O Poderoso Chefão 3 é ótimo. Embora inferior aos dois primeiros longas, merece status de clássico.
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