Esporro Público

A banda Golpe de Estado sofreu, em 2014, o seu pior "Golpe", com a morte do seu membro fundador Hélcio Aguirra. Com isso, Nelson Brito resolveu acabar com a fase grilada da banda, e recomeçar do zero, com a adição da formação, que consiste em João Luiz (vocal), Roby Pontes (bateria) e Marcello Schevano (guitarra, violão, teclado, backing-vocal). O time estava pronto e resolveram gravar o disco Caosmópolis (2022), com produção do Marcello e Direção geral do Nelson. Com 9 faixas, aquele Rock pesado brazuka, com tempero paulistano, que só o Golpe sabe fazer está lá. A faixa-título, tem aquele refrão grudento, conta com os trombones do Bocato. Destaques para Bicho Solto, A Fila Vai Andar, Borracho, Me Perco na Noite e a blueseira Cidade Cinza. A capa foi feita por Chico Guerreiro, que foi autor das primeiras capas da banda. Porém, esse foi o último disco, gravado por Nelson Brito. Realmente, o seu legado será eterno.

Antes mesmo das bandas Nervosa, Crypta, Eskröta, Manger Cadavre?, Allen Key e Torture Squad marcarem o Metal Brazuka, com suas musas, nos anos 80 tínhamos as bandas Placenta e Volkana. A partir dos anos 2000, com o advento do Metal Melódico, havia a Thalion, que lançou seu único disco, e depois saiu de cena. Mas, havia, lá em Santos, a Shadowside, liderada pela talentosa Dani Nolden. Em 2006, abriu para o Helloween, e em 2010, fez giro norte-americano com o W.A.S.P., e na Europa com Helloween e Gamma Ray. Com essa experiência, a banda, que também contava com Fábio Buitvidas (bateria), Raphael Matos (guitarra) e Ricardo Piccoli (baixo), foram para a Suécia, para gravar o disco Inner Monster Out, com produção do Fredrik Nordström. Com certeza, você não vai ouvir coralzinho nem balada baba-ovo. O negócio é Heavy Metal puro. E pela sonoridade, foi totalmente influenciada pelo Death Metal Melódico, de bandas como In Flames e Soilwork. As músicas são prova que o negócio é sério. ...

Se tem uma banda que sempre carregou a cruz, por fazer um som de qualidade excepcional, mas que pouca gente dá o devido respeito e reconhecimento, essa foi a Patrulha do Espaço. Formada em 1977, que tinha o Arnaldo "Loki" Baptista (ex-Mutantes) no vocal, a banda foi liderada pelo genial baterista Rolando Castello Junior (por sinal, um exemplo de superação pra muitos!), que reuniu inúmeros músicos na banda, sendo o feito bem conhecido, por gravar o primeiro disco independente no Brasil. Sem falar que, em 1983, abriram para o Van Halen, em sua única passagem no país. Nos anos 90, quando gravou Primus Inter Pares (1992), como uma homenagem ao Sérgio Santana, a banda pausou as suas atividades, até voltar em 1999, com a entrada de Luiz Antônio Domingues (baixo/vocal), Marcello Schevano (vocal/guitarra/teclado) e Rodrigo Hid (vocal/guitarra/teclado) para compor material inédito, sendo o Cronophagia (2000) o primeiro dessa empreitada. Após três anos, a Patrulha gravou o ...

Se vc assistiu ao Batman, Edward Mãos de Tesoura, Beetlejuice ou O Estranho Mundo de Jack, obviamente você é admirador do Tim Burton. Então, você vai conhecer tudo sobre a trajetória dele no livro Tim Burton: O Cineasta Icônico e Sua Obra, escrito por Ian Nathan, e lançado esse ano, pela Editora Belas Letras. Nathan, como vocês viram anteriormente, escreveu também sobre o Mestre Quentin Tarantino (que a editora também lançou, simultaneamente, esse ano). E nada melhor do que ele escrever sobre o Burton, fanático por clássicos do terror, como Frankenstein, Drácula, O Monstro da Lagoa Negra, O Dia Em que a Terra Parou, além de ver séries, como Batman e A Família Addams. Burton estudou em uma escola de artes, até se tornar roteirista e animador. Chegou a começar a trabalhar na Disney, porém seus projetos ficaram perdidos. Seu primeiro filme foi As Aventuras de Pee-wee, até se tornar conhecido com Beetlejuice: Os Fantasmas Se Divertem (1988), depois com Batman (1989), Edward Mão...

São Paulo viveu um verdadeiro pesadelo na última semana, quando um vendaval invadiu e quase 2 milhões de cidadãos ficaram sem energia elétrica (eu, inclusive, senti os efeitos colaterais de viver sem luz!). Pareciamos que estamos vivendo à base de velas e lenha. Mas, com a ameaça de um temporal à vista, o paulistano resolveu descarregar suas frustrações e vivenciar um show espetacular do Golpe de Estado. E o local apropriado foi o Sesc Paulista, bem em frente da Avenida Paulista. Antes das portas abrirem, presenciamos os ícones do Rock paulistano, como Marcello Schevano, Rogério Fernandes, Pepe Bueno, Mário Bortolotto (que canta na banda Saco de Ratos), Roby Pontes, João Luiz. Todos eles estavam preparados para o show que iriam fazer. Chegada a hora, todo o público recebeu a banda com ovação especial. Além do Marcello, João e Roby, o baixo foi tocado por Daniel Kid (Ronaldo e os Impedidos). A apresentação tem, como pano de fundo, a homenagem ao membro fundador Nelson Brito,...

O mais puro creme do Grindcore Brazuka! A banda Hutt, do Marcelo Appezzato e Liandro Soares, presenteia à nós com essa bolachinha recheada de 42 patadas no saco fedorento, reunindo dois discos, Sessão Descarrego (2005) e Horror³ (2007). Recomendo aos conservadores evilgélicos, engomadinhos de terno e bíblia no sovaco, moças de saiote comprido e cabelo amarrado: ESSE DISCO NÃO É PRA VCS! VÃO OUVIR ALINE BARROS, POR FAVOR! Disco ultrarrecomendado para fanáticos do DFC, Facada, Siege Of Hate ou, se preferirem, discos da Eliana Dedinhos ou da Xuxa virado ao contrário.

Esse blog vai falar de um dos desenhos mais marcantes, para nós Brasileiros: Get Along Gang, ou Nossa Turma, ou Turma do Barulho. Produzido em 1984, pela Nelvana e DiC, e transmitido pela CBS, o desenho teve 13 episódios (14, com exceção do piloto, que foi exibido na Nickelodeon) e conta com os personagens centrais antropomórficos. A Turma é composta por Montgomery (alce), Bingo (castor), Márcia (porco-espinho), Dotty (cachorrinha), Zipper (gato) e Vilma (ovelha) que sempre mostram seus lados de amizade e compreensão ao próximo. Eles têm um vagão, como se fosse a sede do clube. Como todo desenho, temos os vilões: Catchum (crocodilo) e Leni (lagartixa), sempre arrumando confusões com a Turma. No início, disse que A Nossa Turma é marcante no Brasil. E foi. Em 1987, no Show Maravilha, foi exibido no SBT, até 2004, onde teve passagens nos programas Bom Dia & Cia, Sessão Desenho, Festolândia e Sábado Animado. Marcante mesmo foi a música-tema, composta por Shuki Levy e Haim S...

Dissolvido em 1992, o Celtic Frost resolveu hibernar num sono profundo. Mas, a Noise Recordos resolveu lançar uma compilação chamada Parched With Thirst am I and Dying, no mesmo ano. A intenção é reunir material bruto de músicas, compostas durante as gravações dos álbuns clássicos, como To Mega Therion e Into The Pandemonium, além dos polêmicos Cold Lake e Vanity/Nemesis. Ouvindo, dá pra sacar que Tomas Gabriel Fisher tinha muita criatividade ao fazer música, sem se prender ao estilo.

Com a fase Glam/Hard conturbada, após Cold Lake (1988), o Celtic Frost tentou voltar às origens, no tempo em que gravou Into The Pandemonium (1987), ao registrar Vanity/Nemesis (1990). Tomas Gabriel Fischer e seu time de músicos compuseram músicas, com toques de Thrash Metal, Heavy Tradicional e Gótico, mas o efeito era ineficaz para os ouvidos dos fãs radicais, que queriam um trabalho à altura de um To Mega Therion (1985). Ouvindo o disco, dá pra sacar que o vocal do Tom se assemelha ao do Dave Mustaine (Megadeth), misturado com gemidos de Pato Donald. Mas, essa foi a proposta da gravação, que foi tumultuada, por causa do mau desempenho dos empresários da banda. Para promover, adicionaram o cover de Heroes, do David Bowie. Mas, não foi o suficiente, pois o Celtic Frost foi dissolvido, em 1992, voltando da hibernação, em 2006, com o lançamento de Monotheist.

Após o EP Apocalyptic Raids, do Hellhammer, Tom G. Warrior e Martin Erid Ain formam o Celtic Frost, refinando seu som extremo, embora muito mais pesado, com direito à efeitos vocais e violinos em riste, sem falar do gutural do Tom, com seus "Uh", inspirado no Paul Di'Anno, então vocalista do Iron Maiden. Morbid Tales entrega um Black/Death Metal, com 8 faixas bom compostas. Destaques para Into The Crypts of Rays, Dethroned Emperor, a faixa-título, Danse Macabre e a marcante Procreation (Of The Wicked). Sem dúvida, com esse disco, o Celtic Frost, assim como foi com Hellhammer, se tornou influência para inúmeras bandas do Metal Extremo, como Sepultura (óbvio!), Napalm Death, Sarcófago, Morbid Angel, Possessed, Slayer, até mesmo Nirvana e System of a Down. Mesmo com tudo isso, a crítica não perdoava o pobre Tomas Fischer e seus asseclas. Porém, ele ainda estava APENAS querendo dar o troco. Mas, isso é outra história...

Quando se fala em pioneirismo no Heavy Metal, todos falam de bandas, como Black Sabbath, Judas Priest ou Motörhead, só pra citar alguns. Poderiam também colocar Hellhammer nesse balaio de gatos pingados. E por quê? Atire o primeiro patch quem nunca escutou uma música dessa banda! Vamos aos fatos. Tomas Gabriel Fischer era um garoto, que escutava Sabbath, Motörhead, Venom e Judas, na cidade Nürendorf, na Suíça. Se juntou com Martin Ain, mais alguns bateristas convidados e formou o Hellhammer, em 1982. Gravou três demo-tapes, até que, no ano seguinte, gravou o EP, que mudaria o rumo do som pesado em diante: Apocalyptic Raids. Com 6 faixas bem compostas (embora a gravação seja tosca e fora do padrão de qualidade!), o EP entrega um Black Metal pra lá de espetacular. Músicas, como The Third of The Storms, a longa Triumph of Death e a clássica Messiah fazem a alegria dos headbangers, mas despertou a Fúria da crítica. E é essa Fúria da crítica que revistas, como Kerrang!, nomearam...

Pra falar desse disco, tenho que comentar algo importante: vocês se lembram que, n'Os Trapalhões, o Dedé Santana sempre chamava o Mussum de Negão. O próprio se defendia, respondendo: "Negão é teu passadis!". Tá certo que são outros tempos, porém o Mundo mudou e qualquer piada com conotação racista não é perdoado. Nos tempos anuais, o Racismo agora é crime, e também qualquer preconceito com relação à ideologia de gênero, PCD, violência doméstica, feminicídio. Dito isso, vamos ao que interessa. Ascensão é o terceiro disco da banda mineira Black Pantera, gravado em outubro de 2020, e só foi lançado dois anos depois. A capa mostra duas mulheres de Moçambique, com facões, para proteger suas crianças. A Deckdisc comprou os direitos das fotos e pagou para as mulheres retratadas. Como sempre, a banda abordou temas, como racismo e intolerância, baseado nos assassinatos de pessoas negras, sem falar que o governo do ex-presidente J41r B0ls0n4r0 também foi mencionado na f...