Esporro Público

Com 10 anos, a banda sueca/alemã Lucifer conquistou o Rock/Metal, com seu som totalmente calcado no Doom/Stoner/Occult, influenciado por Black Sabbath, Lucifer's Friend, Blue Öyster Cult e Heart. Liderado pelo casal Johanna Platow Anderson (vocal) e Nicke Anderson Platow (bateria, Hellacopters, ex-Entombed), a banda lançou, esse ano, o V, com 9 faixas bem compostas, para a alegria dos fanáticos. Pelo jeito, sons como Maculate Heart, Fallen Angel, A Coffin Has No Silver Lining, Slow Dance In A Crypt e At The Mortuary não são meros covers dessas bandas citadas no início. Johanna canta como nunca. Nicke mostra que é um compositor de mão cheia. As músicas podem até terem um apelo comercial, como a Maculate Heart, que pode ser hit em qualquer rádio americana, mas essa não é a intenção do Lucifer. Eles tocam o terror. Terror, aliás, que pegaram a fonte para os clipes de Slow Dance In A Crypt e At The Mortuary, inspirados nos filmes de George A. Romero, O Bebê de Rosemary e O ...

Prepare-se para o impacto fulminante nos seus tímpanos, pois o negócio é bruto ao extremo. Se você já ouviu de tudo o que é Thrash Metal, com riffs, solos e bateria espancando as peles até estourar a caixa, é porque você NUNCA escutou o disco Impact, da banda alemã Dew-Scented. Formada em 1992, pelo vocalista e único membro de todas as formações, Leif Jensen, a banda lançou, em toda sua carreira, 10 discos de estúdio, TODOS com a letra I. O nome da banda foi baseado num dos contos de Edgar Allan Poe. Impact é o quinto disco, lançado em 2003, pela Nuclear Blast, enquanto a banda estava em turnê, com shows no Wacken Open Air e SummerBreeze. São 11 patadas do mais puro suco do Metal Extremo, com fortes doses de Slayer, Kreator, Sodom e Morbid Angel. Se eu pudesse destacar uma faixa, indico TODAS. Uma pena que Dew-Scented encerrou suas atividades em 2018, pois ela tinha potencial pra se destacar no Olimpo do Metal Germânico.

RECADO: a quem possa interessar.  Antes de comentar sobre o disco, quero deixar claro. Se vocês forem ler algo sobre "esse disco é o pior da carreira do Metallica", "o som da bateria é um lixo", "a gravação é de quinta categoria", "sem solos não têm musica", PODEM ESQUECER! Se querem ler críticas negativas, vá ao canal do Regis Tadeu. O Esporro Público não é um blog pra disseminar ódio. Nosso negócio é entretenimento e cultura. Dito isso, vamos ao que interessa. Em 2003, o mundo do Metal ficou em choque quando o Metallica anunciou seu então trabalho inédito, desde o ReLoad, de 1997, o St. Anger. Ao ver o clipe da faixa-título, gravado do presídio de St. Quentin, dá pra perceber a intenção da banda retornar às raízes, no caso, desde o lançamento do Kill'Em All, de 1983. Porém, quando o disco foi lançado, ao escutar faixa a faixa, os fãs mais da velha guarda ficaram Ps da vida. Todos sabem que, em 2001, o Metallica havia anunciado a...

Ontem, dia 15 de junho de 2024, a TV Cultura completou 55 anos, trazendo Cultura, qualidade e profissionalismo na TV Brasileira. Mas, vocês sabiam que quem fundou a TV educativa de São Paulo, NÃO foi a Fundação Padre Anchieta? Pois é, leigos. Vamos aos FATOS! Em 1958, o grupo Diários Associados, do Assis Chateaubriand, conseguiu a concessão do canal 2 de São Paulo, para fundar a TV Cultura, cujo mascote era uma indiazinha (fazendo jus a outra emissora do grupo, a pioneira TV Tupi). E o slogan era "um verdadeiro presente de cultura para o povo" e o símbolo era C2 Cultura. Para evitar interferência, a Tupi mudou seu canal, que era 3, para 4 VHF. A sede ficava no Prédio Guilherme Guinle, na rua sete de Abril, no centro da capital Paulista, sendo o mesmo em que a Tupi iniciou suas transmissões. Mas, quem pensa que a Cultura fazia jus ao nome da emissora, se enganou. Ney Gonçalves Dias, Xênia Bier e Jacinto Figueira Jr. trabalharam na emissora, sendo que o último apres...

A editora Belas Letras lançou o livro Quentin Tarantino - O Cineasta Icônico e Sua Obra, escrito pelo crítico de cinema Ian Nathan. Nele, conta toda a trajetória do Mestre do cinema Contemporâneo. Nem preciso dizer que esse blog (e, principalmente, esse que vos fala!) dissecou todos os nove filmes da carreira do QT, além de algumas contribuições, sejam roteiros, participações de filmes como ator e diretor (somente dirigiu uma cena em Sin City), inclusive em séries, como E.R. (Plantão Médico) e C.S.I. Mas, são os filmes, como Cães de Aluguel até Era Uma Vez Em... Hollywood, que são mostrados todos os conceitos de levantar a galera ao delírio ensurdecedor. No livro, são mostrados fotos e cartazes exclusivos de todos os filmes, sets de filmagem, filmes que fizeram a cabeça de Quentin, no começo quando sua mãe levava rle ao cinema, inclusive quando trabalhou em uma vídeo locadora. Realmente, esse livro será um belo presente para quem adora cinema de verdade.

Textos que machucam a alma perdida do Rock. Lamentos profundos, amorosos, engraçados, surreais e inacreditáveis. São essas definições que resumem o quarto livro do Pedro Pellegrino, Deslocado, lançado pela Ria Editora. Após seu segundo livro, No Piquenique Havia Morteiros, Pedro resolve encerrar seu ciclo e publica diversos poemas e textos, retirados de seu blog e perfil do Facebook, apenas para mostrar suas lamentações e alegrias de um sobrevivente de uma geração, abalada por perdas de seus ídolos. O escritor remete seus gostos por Rock, Palmeiras, shows marcantes, filmes de Scorsese, amores correspondidos, situações que nos fazem rir e chorar, ao mesmo tempo. Com certeza, Deslocado vai recolocar seu cérebro em dia, ao presenciar o melhor da literatura independente.

Formada em 2018, a banda Allen Key aposta num Hard 'N Heavy totalmente moderno, com toques de musicalidade acessível e, ao mesmo tempo, pesado, com destaque para o vocal poderoso da Karina Menascé. Depois de 4 singles, a banda gravou seu disco de estreia, The Last Rhino, com 8 faixas diversificadas, aliando peso e melodia, na medida certa. Karina define o disco como um diário de sua vida, contando temas como Goodbye, que fala sobre a cura do Câncer da esposa do baterista Felipe Bonomo e Love Your More, sobre o nascimento da filha do baixista William Moura. A capa tem como símbolo um rinoceronte, que, segundo Karina, é a forma como o Allen Key vive nesse momento. Destaques para as guitarras de Pedro Fornari e Victor Anselmo Sem falar que, além de cantar, Karina toca violão e teclado.

Only Death Is Real! É com essa frase que Tom G. Warrior falava nos tempos do Hellhammer e do Celtic Frost. E foi com esse ensinamento que a banda The Troops of Doom lança seu segundo disco, A Mass To The Grotesque, com produção da banda e do André Moraes, e mixado por Jim Morris, no aclamado Morrisound, na Flórida (EUA). Quem acompanha a banda, sabe que Jairo Guedz, Marcelo Vasco, Alex Kaffer e Alexandre Oliveira não são uma cópia do Sepultura, até porque o Jairo foi o primeiro guitarrista da banda, sem falar que nos primeiros discos, eles regravaram os clássicos, dos tempos do Bestial e do Morbid, ambas composições do Tormentor. A Mass... tem tudo o que um fã de Metal precisa escutar. Death Metal Oitentista, com faixas de fazer evocar o Mefistófeles nas mais profundas almas. Faixas como Chapels of The Unholy, Dawn of Mephisto, Psalm 7:8 - God of Bizarre, Terror Inheritance e Denied Divinity fazem a alegria dos verdadeiros fanáticos do Metal da Morte. A capa foi obra do Dan...

Quando Mayara Puertas entrou para o Torture Squad, muita gente achou que o som extremo da banda iria ficar mais melódico, calcado no Nightwish. Porém, o que pouca gente sabe é que May havia cantado no Necromesis, que tocava um Death Metal bem agressivo. Sem falar do vocal dela, num gutural responsa. Agora, passemos para bem mais recente, quando Mayara, Amílcar Christófaro, Castor e Renê Simionato gravaram Devilish, em 2023. Esse disco começou a ser produzido, bem antes da pandemia. Porém, a doença havia se alastrado, e as gravações foram interrompidas. Chegou a hora e eis que a praga havia alastrado (estou falando do disco, por favor!). Com um som bem abrangente, com camadas mais trabalhadas, mas com aquele peso extremo, Devilish dispensa comentários. Faixas como Hell is Coming, Flukeman, Warrior (essas três viraram clipes), Buried Alive e Uatumã mostram a evolução do som do Torture. Sobre os temas, Hell IS Coming é baseado no jogo Diablo, sendo que o clipe tem a participaç...

Antecipando o novo trabalho de estúdio, o Torture Squad resolve chamar os headbangers paulistanos para celebrarem a semana do Rock, em pleno La Iglesia, no dia 16 de julho de 2022. O motivo era especial, já que a banda iria gravar um disco ao vivo, abrangendo toda a carreira do TS. E eis que Amílcar Christófaro, Castor, Renê Simionato e Mayara Puertas soltam os cachorros para registrar a Tortura na igreja sagrada do som pesado de São Paulo. Tortura en La Iglesia en Vivo tem faixas tanto conhecidas quanto as lado B. Se for pra falar, destaco Horror And Torture, Living For The Kill, Generation Dead, The Unholy Spell, Raise Your Horns, Bloom Sacrifice e Storms. Já que falei de coisa inédita, o disco tem uma música The Fallen Ones, com direito a clipe, baseado na ficção científica, tipo Arquivo X e Sinais (2002). Realmente, o poder da Tortura está mais viva no Metal Brazuca.

Após o disco The Unholy Spell, o Torture Squad passou por mudanças de formação, principalmente de guitarristas. Para o sexto disco, AEquelibrium, de 2010, Amílcar Christófaro, Castor, Vitor Rodrigues, e Rafael Augusto Lopes gravaram, ainda com a Wacken Records. Com a maioria das faixas longas, o disco mantém a pegada Thrash/Death que conquistaram o mundo. Faixas como Holliday In Abu Ghraib, Raise Your Horns, Stoms (essas três viraram clipes), e a The Spirit Never Dies (com uma intro totalmente inspirada em Robert Johnson) são os destaques. O Torture regravou a The Unholy Spell para mostrar aos gringos os primórdios da banda. Em relação à temáticas, Holliday in Abu Ghraib foi inspirada em Holliday in Camboja, do Dead Kennedys, porém o tema sob as torturas no Oriente Médio continuam atuais. The Spirit Never Dies foi uma homenagem à cidade de Nova Orleans (EUA), que foi devastada pelo furacão Katrina. Pena que esse foi o último disco com os vocais do Vitor, que saiu para forma...

Vamos voltar para 2001, diretamente no Túnel do Tempo e Espaço Sideral. Onde o infinito está além do que imaginamos, onde a verdade está lá fora. É com esse conceito que introduzo sobre The Unholy Spell, terceiro disco do Torture Squad. Com uma abordagem sobre a ufologia e ficção científica, Amílcar Christófaro, Castor, Vitor Rodrigues e Cristiano Fusco compuseram um dos discos mais brutais do Metal Brazuca. A arte da capa foi obra do Wanderley Perna, da banda Genocídio. O disco foi produzido, em conjunto, por Ciero e Amílcar, no Da Tribo (SP). A faixa-título mostra a pancadaria do Amílcar para os vocais do Vitinho comer solto. Destaques para Abduction Was The Case (que virou clipe), Area 51, The Host e Warmonger. Pena que esse foi o último disco com Cristiano Fusco, que saiu da banda, sendo que ele foi um dos fundadores do TS. Mais de 20 anos depois, The Unholy Spell ainda causa impacto, sendo que foi regravada pela banda várias vezes, e sendo um dos destaques em shows.

Desde que o Metal surgiu, sempre se tornou muito mais engajado nas causas sociais, desde sempre. E nesse dia 02 de junho, num domingo ora frio ora meio calor, no La Iglesia, não foi diferente, já que rolou um mini festival beneficente, para arrecadar donativos para as vítimas das enchentes e inundações no Rio Grande do Sul. Para isso foram convocadas quatro bandas, Torture Squad, Allen Key, Emphuria e Bruxax. E a plateia compareceu em peso para conferir o melhor da música pesada, engajada pela causa. A primeira banda foi a Bruxax, com duas meninas na formação, Bia Maza no vocal e Emily na guitarra. Com um som praticamente pesado e melódico, a banda não fez feio, com direito a cover da Britney Spears. A vocal gritou que precisam de mais mulheres no Metal. Ponto positivo. A segunda banda foi a Emphuria, com um Metal mais pesado, com vocais melódicos do Guilherme Buxini, que deu conta do recado, chamando todo mundo pro pau (no bom sentido, lógico!). Seu irmão, o gu...