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Paradise in Flames - Blindness

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Talvez você deve ter lido o livro Ensaio Sobre a Cegueira, do escritor e ganhador do Prêmio Nobel de Literatura José Saramago (1922-2010), que fala sobre o efeito da humanidade ficar cega. Essa obra, inclusive virou filme, estrelado pela Julianne Moore e filmado em São Paulo, sob direção do Fernando Meirelles. Mas, vamos falar de música. Quem também se baseou nesse livro foi a banda mineira Paradise in Flames,  que lançou seu quinto disco Blindness. O disco todo é uma apoteose do mais puro Black Metal Sinfônico. Suas camadas de teclado, feitas pelo Guilherme de Alvarenga, aliadas ao peso dos riffs e da cozinha brutal são um convite ao universo de Saramago. Sem falar também dos vocais, ora guturais do André Damien, ora agudos do Guilherme e os vocais femininos. A arte da capa foi feita por Marcelo Almeida, com os toques de Marcelo Vasco. Indicado para fãs do Dimmu Borgie e Cradle of Filth.

Ratos de Porão - Isentön Päunokü

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Parece que o ódio do Ratos de Porão contra o ex-governo do B0ls0n4r0 é da bancada Evilgélica não tem fim. Depois do disco bombástico Necropolítica, de 2022, a banda resolve fazer mais fogueira inquisidora contra os f4sc1st4s reacionários, ao lançar o EP Isentön Päunokü. Com um visual pra lá de nostálgico, remetendo ao início da banda, o EP, na verdade, é uma versão da banda finlandesa Terveet Kädet, com as letras do João Gordo. Mas, a proposta vale por si só. Pois os golpes duros contra o Bozo da Sunga Rachada é pra doer mesmo. Agora que ele se encontra em prisão domiciliar, vale a pena rir da cara também da turma da Direita. E, inclusive, do laranjão do Trump.

Surra - Falha Crítica

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Pela capa, já bate uma nostalgia. Aliás, quem nunca gostou fichas e fichas pra zerar um Street Fighter, Final Fight, Pit Fighter ou Mortal Kombat?  Falando em Street Fighter, temos nosso Blanka, o maior Brasileiro de Todos os Tempos (desculpa, Chico Xavier!). Mas, em vez dos jogos de luta, podemos ter como nossos inimigos os políticos e os milionários de plantão. A trilha sonora fica por conta do Surra. E é sobre o Falha Crítica, recente trabalho dessa banda que iremos abordar. Com 14 faixas e mais de 27 minutos, o grupo santista vomita na cara dos playboys coxinhas podres e dessa raça reacionária e sem noção, que zomba das minorias e menos favorecidas. Basta ouvir Murro em Ponta de Faca, Plano Infalível, É Proibido Ser Pobre, Estado Terminal e Operação Morre e Cala a Boca pra sacar que o trio não está de brincadeira. Pelo jeito, o nosso Brasil das massas só vai ter progresso quando um meteoro cair em colisão no Planalto Central, varrer tudo é recomeçar do zero.

Nelvana - do Canadá para o mundo

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Você que nasceu nos anos 80 já deve ter visto os desenhos animados, como Ursinhos Carinhosos, Inspetor Bugiganga e A Nossa Turma. Sabe o que eles têm em comum? Foram produzidos pelo estúdio Nelvana. Voltando à série sobre estúdios de animações, vamos falar sobre Nelvana. Com sede no Canadá, e escritórios na França, Irlanda e Japão, além de três pequenos escritórios nos EUA, o estúdio foi fundado em 1971 por Michael Hirsh, Patrick Loubert e Clive A. Smith. O nome foi tirado na super-heroína Nelvana of The Nothern Lights, uma heroína local. O logo tem como mascote um urso polar olhando para Polaris, a Estrela do Norte. Uma curiosidade: esse urso polar apareceu pela primeira vez no especial de animação para TV The Devil and Daniel Mouse, de 1978. Hirsh e Loubert eram colegas e fizeram filmes com outros alunos, em 1967. Na época, a mídia televisiva estava se desenvolvendo. Então a dupla formou o Laft Arts, produzindo curtas, até se encontrarem com Clive. O trio formou, em 1971 ...

No More Death - The Death is Dead

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Em 2004, pude acompanhar a banda Mad Dragzter, quando eu comprei o CD Strong Mind. Esse disco foi o primeiro de uma banda nacional que eu comprei, e escutava direto, e quando eu estava na faculdade de jornalismo. Pude conhecer o vocalista e guitarrista Tiago Torres e ouvi o disco seguinte Killing The Devil Inside, de 2006, no estúdio Nimbus. Os anos passaram e a banda foi extinta em 2015, depois de três discos lançados em toda a carreira. Após isso, Tiago retomou sua carreira e formou No More Death e lançou esse ano o disco The Death is Dead. Com oito faixas, o disco é um Thrash Metal no melhor estilo Slayer, Exodus, Metallica, Testament e Sepultura. Além dos vocais, Tiago gravou guitarra e baixo em todo o disco. Segundo ele, o tema escolhido foi a Morte, e sobre como lidar com a morte, as consequências, as questões sobre a vida num modo geral. Um disco pra se refletir. E também para bangear até acabar.

Galeria do Rock esquenta a noite da garoa.

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Em uma sexta-feira fria e ameaça de chuva, pude conferir o show do Arena Metal, diretamente na cobertura da Galeria do Rock, localizada no Centro de São Paulo, com as bandas MidGard, Revengin e Motores Malditos. Com boas doses de chopp e alguns petiscos (já que Saco vazio não pára em pé!), conferimos a banda Motores Malditos, praticando seu Doom Metal com toques de Sludge. O trio é de origem de Formiga/MG e pelo som é uma viagem e ode aos papas do proto-Heavy Metal. Com certeza, a viagem foi garantida. A segunda banda foi a carioca Revengin, que toca seu Symphonic Metal, com influência de Epica, Within Temptation e After Forever. A vocalista Bruna, é de um talento ímpar, cantando muito. O resto da banda também foi competente. Ponto positivo. A última da noite foi a MidGard, de Bauru/SP, mas, conforme o combinado, a apresentação teve que ser breve, por causa do fechamento da Galeria, previsto para as 22h00. Mas, apesar disso, podemos aproveitar o som ...

Tudo Passará: A Vida de Nelson Ned - O Pequeno Gigante da Canção

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No Brasil, tivemos muitos cantores que usavam a voz para encantar gerações. Um deles se destacou não só pela estatura, mas pela voz. Esse foi Nelson Ned. Quem conta essa história é o André Barcinski, no livro Tudo Passará. Nelson era mineiro de Ubá (MG), e quando nasceu, sofria de nanismo. Mas, sua estatura não o incomodava, pois ele descobriu que tinha talento para a música. Foi só nos anos 60 que sua música famosa, Tudo Passará, virou hit em todo o mundo, sendo que ele se apresentou em todo o planeta. Seu maior trunfo foram as apresentações lotadas no Carnagie Hall, nos EUA. É claro que, no meio da fama, vieram os excessos, sendo os mais comuns, o álcool e as drogas, além de pular a cerca. No livro, Barça conta como a fama de Nelson foi do céu até o inferno, sem falar das mudanças que a música brasileira estava passando. Até mesmo problemas familiares também foram contados. Nelson Ned mereceu uma história rica, para nossa alegria.